quarta-feira, 9 de maio de 2012

Honda Transalp


Honda TransalpEquipada com motor de dois cilindros em “V” e 680 cm³, suspensões de longo curso, pneus de uso misto e conforto para encarar longas viagens, a Transalp é 
uma legítima representante do segmento big-trail. E tem tudo para agradar aos fãs desse estilo.  Apesar de estrear por aqui, a Transalp já é um modelo clássico do line-up da marca no exterior: nasceu em 1987 com 600cc, ganhou novo desenho e motor de 650cc em 2000; e ganhou sua atual forma com quase 700 cc em 2008. Mas para nós, brasileiros, a big-trail da marca japonesa é uma grande novidade.

Grande e robusta

Painel completo com marcador de combustível
Logo de cara, o grande porte e as linhas modernas da XL700V chamam a atenção. Em sua última reestilização, em 2008, a Transalp ganhou os traços arredondados e o farol excêntrico que marcam seu desenho atualmente. O banco largo, o pequeno parabrisa e o bagageiro denunciam sua vocação para viagens. Já os protetores de mão e o protetor do motor, também de série, indicam sua proposta aventureira. Afinal, como toda boa big-trail, a Transalp foi feita para ser versátil: viajar para onde quer que seja sem importar o caminho.Para isso traz também pneus de uso misto (Bridgestone Trail Wing) calçados em rodas aro 19 polegadas, na dianteira, e 17’, na traseira. Usa um tradicional garfo telescópico na frente com 200 mm de curso e balança com monoamortecedor fixado por links atrás. Tudo isso “amarrado” em um quadro berço duplo de aço. Uma ciclística bastante robusta e de acordo com sua proposta.
 Motor V2 e muito conforto
  
Ao montar a primeira surpresa é o banco. Apesar de macio e de sua aparência larga, tem a parte da frente estreita permitindo encaixar as pernas junto ao tanque com facilidade. E mesmo com sua altura de 83,7 cm do solo é possível para os pilotos de estatura média (em torno de 1,70 m) tocar o solo com os pés.A posição de pilotagem é bastante ereta e confortável, como em toda big-trail. O que decepciona são os comandos no punho, as manoplas e o guidão. Têm aparência simples e espartana demais para um modelo desse porte e cilindrada.Ao despertar o motor, o ronco compassado do motor V2 instiga a acelerar. Inclinados a 52° para reduzir as vibrações, os cilindros têm comando simples no cabeçote (SOHC), oito válvulas, e capacidade de 680 cm³. Equipado com refrigeração líquida – dois radiadores e ventoinha – e alimentado por injeção eletrônica programada (PGM-FI), produz 60 cavalos de potência máxima a 7.750 rpm. Nada demais, porém de acordo com outras concorrentes do segmento: a Suzuki V-Strom 650 e seu motor V2 oferecem 67 cv.
Mas está no torque em baixas rotações a grande qualidade deste motor V2. Diferentemente dos monocilíndricos, o V2 da Transalp tem força para retomadas já a partir de 2.500 rpm – isso sem “batida de pinos” ou sem a necessidade de reduzir marchas no câmbio de cinco velocidades. A grande vantagem é poder rodar em estradas de terra com mais segurança, em marchas altas e rotações baixas. Chegando ao torque máximo de 6,12 kgf.m a 6.000 rpm, o motor V2 é gostoso de pilotar e bastante linear. Porém, não espere o soco no estômago, como na Yamaha XT 660R: a proposta da Transalp é bem mais estradeira.
 Fácil de pilotar
 
Assim como em outros modelos Honda, a Transalp é uma motocicleta fácil de pilotar. Sua aceleração não assusta, a posição de pilotagem é confortável e sua ciclística, bastante intuitiva.
Tive a oportunidade de rodar com a nova big-trail na estrada e em um pequeno trecho urbano. Em baixas velocidades, demonstra agilidade para seus mais de 200 kg de peso (em ordem de marcha). Nisso contribui também o grande torque do motor.
Já na rodovia, a 120 km/h, mantém-se estável e o motor V2 não vibra muito. Tem até certa folga para atingir velocidades mais altas, porém assim que chega a 170 km/h e acima dos 7.500 rpm perde fôlego. Nessas condições a proteção aerodinâmica é razoável para o tamanho.Em curvas, o desempenho da Transalp é digno de elogios. Apesar do longo curso das suspensões e dos pneus de uso misto, ela se mostrou “obediente” e bastante disposta a deitar nas curvas. Sabe aquele tipo de moto divertida para encarar uma estrada sinuosa de asfalto ruim? Pois assim é a Transalp.7
 Na terra

O chassi e as suspensões também estão de acordo com sua proposta. Não servem para saltar barrancos, mas absorvem as imperfeições do piso e mantém a roda traseira no chão garantindo a aderência. Porém, em função do longo curso e do peso mais concentrado na parte de trás, o trem dianteiro é bastante leve e sai do chão com facilidade – tanto que a Honda instalou o sensor do velocímetro no cubo traseiro para medir a velocidade com mais precisão.  Na hora de frear, abusei dos discos – na frente e atrás – sem preocupação. Testei a versão equipada com sistema C-ABS (Combined ABS) e seu funcionamento até mesmo na terra foi excelente.Depois de rodar com a XL700V Transalp concluí que são diversos os motivos para o sucesso deste modelo no exterior. Motor V2 com bastante torque, facilidade de pilotagem, conforto e versatilidade para encarar qualquer estrada.Texto: Arthur Caldeira/Agência INFOMOTOFotos: Caio Mattos/Divulgação

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